Esta postagem eu recebí de um amigo e gostaria de compartilhar com vocês.

Vivendo agora em Israel com minha família, minhas duas filhas, Ashley e Allison amam estudar a Bíblia. Nós discutimos os tópicos juntos e isto faz com que a Bíblia se torne viva para toda a família. Isto é bem verdadeiro, especialmente aqui em Israel onde da nossa rua até chegar a cidade temos uma vista de Belém, das colinas da Judéia e de toda a Jerusalém. Podemos parar quase que em qualquer lugar, achar aquele exato lugar nas páginas da Bíblia e então conversar sobre o que Deus tem feito nesta terra, e o que isto significa para nós hoje.
A cada primavera, nós comemoramos a Páscoa e o Domingo de Ressurreição, celebrando com uma refeição bastante festiva. Juntos ao redor da mesa com amigos, é um momento de júbilo com um certo sentido de "família". Durante a refeição nós conversamos e fortalecemos nossos laços de companheirismo e amizade. Sendo o professor que sou, não poderia numa reunião deixar de abordar a dinâmica da hora da refeição que acontece ao redor de uma mesa, porque "partir o pão juntos" é na verdade muito bíblico.
Uma vez que você não tem estado à mesa conosco, deixeme fazer as mesmas perguntas que fiz a eles:
- Por que Abraão e Melquisedeque, Labão e Jacó comeram juntos?
- Por que o Salmo 23 nos diz que o Senhor "prepara uma mesa na presença dos meus adversários"?
- Por que o pai do filho pródigo matou o novilho cevado?
- Por que Yeshua (Jesus) instituiu o sacramento da comunhão na refeição da Páscoa/última ceia?
- Por que Yeshua (Jesus) preparou uma refeição nas areias do mar da Galiléia para Pedro e então disse a ele: "apascenta minhas ovelhas"?
- Em Apocalipse 3:20, por que Yeshua quer que abramos a porta para que Ele possa entrar e cear conosco?
Note que cada evento estava relacionado com uma refeição. Mesmo que você saiba algumas das respostas para estas perguntas deixeme dividir com você aquilo que falei à roda da minha mesa na esperança que você tenha mais entendimento da Palavra de Deus.
A linha que une todas as questões mencionadas é a Ceia da Aliança ou Aliança da Reconciliação. Agora, não comece a procurar esta aliança na concordância de sua Bíblia, porque você não a achará. A Ceia da Aliança não está prescrita na Bíblia como os regulamentos dados com relação a adoração no templo ou a prática exigida para a celebração da festa. A Ceia da Aliança é um grande achado nas Escrituras, pela qual uma refeição se torna um meio de reconciliação entre as pessoas. Até mesmo Deus usa uma refeição para lembrar as pessoas de Seu relacionamento conosco e da necessidade de reconciliação com Ele. Vamos dar uma olhada em alguns exemplos da Escritura para respondermos estas questões.
ABRAÃO E MELQUISEDEQUE
Podemos ver a Ceia da Aliança pela primeira vez em Gen. 14, quando Abraão matou Quedorlaomer, rei de Elão, o qual tinha levado cativo o seu sobrinho Ló. Melquisedeque, rei de Salém (Jerusalém) e sacerdote do Deus Altíssimo, encontrou Abraão e o abençoou, trazendo "pão e vinho" como um sinal de aliança sendo estabelecida entre estes dois homens.
JACÓ E LABÃO

A outra vez que encontramos uma refeição simbolizando uma reconciliação está em Gen. 31, quando Jacó, após deixar seu sogro Labão, toma Lia e Raquel, seus filhos e o gado, e volta para Betel. Ele sai escondido e sem permitir que Labão despedisse de sua família. Labão o perseguiu pelo deserto cheio de desespero e ódio. Quando se encontraram, tiveram uma longa conversa e se reconciliaram. Eles erigiram um montão e uma coluna, prometendo nunca mais perseguirem um ao outro. (Gen.31:52).
A seguir Jacó ofereceu um sacrifício e convidou todos os seus parentes para uma refeição. Depois de comer, passaram a noite neste lugar. Cedo pela manhã Labão beijou seus netos e filhas e os abençoou. Daí retornou para sua casa. (Gen. 31:54-55). É uma história bastante comprida, e todo o processo de reconciliação da família foi selado com uma refeição.
SALMO 23
No Salmo 23:5-6 é dito assim de Deus, "preparasme uma mesa na presença de meus inimigos. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre". Quando me tornei um cristão nascido de novo, o Salmo 23 foi uma das primeiras passagens que eu memorizei. Eu era muito jovem e não podia imaginar o que significava ter uma mesa posta na presença de meus inimigos. Uma vez imaginei Davi, reclinado próximo a um piquenique, sem medo algum, enquanto o inimigo atirava setas e lanças sobre a sua cabeça.
A menos que você entenda o conceito de reconciliação associado à refeição, este versículo não faz sentido. No simbolismo hebraico, o fato de Deus por uma mesa na presença de seus inimigos significa que Ele está tornando possível a "reconciliação" com seus inimigos. É por isso que seu cálice transborda (o símbolo hebraico da alegria) e você então entende que certamente bondade e misericórdia te seguirão por todos os dias da sua vida, "uma vez que você habitará na casa do Senhor para todo o sempre". Esta será a sua garantia, que Deus cuidará de você, que Ele irá lidar com seus inimigos, provendo até mesmo reconciliação.
Hoje se vê entre as tribos beduínas e as comunidades árabes do Meio Leste a prática do "sulha", ou seja, a refeição da reconciliação entre inimigos. Interessante notar que este termo árabe, "sulha", vem da palavra hebraica mesa, "shulchan". Periodicamente, se pode ler em jornais israelenses que um "sulha" está sendo feito entre grupos rivais ou famílias onde uma rixa tem existido com o propósito de acabar com ela de uma vez por todas.
Como isto funciona? Digamos que um jovem feriu gravemente outro jovem de outra família. Você pode estar certo que haveria um rixa sangrenta, especialmente numa comunidade pequena e intimamente ligada por questões sociais, políticas e religiosas, onde todos se conhecem. Se a contenda sai fora de controle, poderia haver muitos feridos e até morte. A única forma de parar é resolvendo o conflito e reconciliando as famílias. Este é o propósito do "sulha".
Uma grande refeição é preparada e as duas facções comem juntas. A parte culpada confessa o seu erro e a parte ferida aceita a confissão. Eles então negociam uma recompensa apropriada para o crime ou ofensa. A negociação pode durar um dia ou mais, até que todos estejam satisfeitos.
Durante todo este tempo, as partes estão à mesa, comendo e bebendo café e chá. Ao final da negociação, as duas partes e suas famílias se reconciliam totalmente. O membro da família ofendido não pode mais trazer a ofensa à tona. É como se nada tivesse acontecido.
Que quadro maravilhoso de Deus justificando nossos pecados através do sacrifício de Yeshua na cruz, simbolizando a comunhão. Como cristãos, nosso pecado é literalmente apagado perante o Senhor e podemos nos apresentar diante dEle sem mancha.
O FILHO PRÓDIGO
Em Lucas l5:11-31, achamos a parábola do filho pródigo, mais comumente conhecida com a história do "filho pródigo" a qual contém meu exemplo favorito de refeição da aliança.
Leiamos a história e então poderemos interpretála no sentido mais completo.

"Continuou: certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dáme a parte que me cabe dos bens. E ele lhes repartiu os haveres. Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante, e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. Então ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos". Lucas 15:11-15.
Presumese que este jovem estava em Decápolis, uma área de hegemonia e cultura gregas, a qual rodeava a costa do Mar da Galiléia ao sudeste. Os judeus de Israel não criavam porcos, não era permitido, mas os gregos sim.
Esta é, de igual forma, a localização da província dos gerasenos, onde Yeshua expulsou uma legião de demônios e os permitiu entrar numa manada de porcos, que se precipitou pelo despenhadeiro e se afogou no mar.
Continuemos no verso 16:
"Ele desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. Então, caindo em si, disse: quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão e eu aqui pereço de fome! Levantarmeei, e irei ter com meu pai, e dirlheei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; fazeme como um dos teus trabalhadores. Então, levantandose, foi para seu pai. Quando ainda estava longe, viuo o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançouselhe ao pescoço e o beijou. O filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: trazei depressa a melhor túnica e vestio com ela, e pondelhe um anel na mão, e sandálias nos pés. Trazei o bezerro cevado, e mataio. Comamos, e alegremonos. Pois este meu filho estava morto, e reviveu, tinhase perdido, e foi achado. E começaram a alegrarse". Lucas 15:16-24.
O filho mais moço foi humilhado pela experiência. No caminho de volta para casa ele preparou o seu sermão confessando seu pecado contra Deus no céu e seu pai. Ele iria pedir para ser aceito como um dos servos de seu pai e não como filho. Entretanto, após ouvir a confissão do filho, o pai não só o recebeu de fato, mas também de direito e verdade. Fazendo quatro coisas o papai mostrou a todos que este era o filho que havia regressado ao lar, e não um de seus servos. O que o pai fez? Ele deu ao filho mais moço um robe e sandálias, ambos sinais de filiação e não de servidão. Os servos usavam túnicas e não tinham este tipo de vestuário nem sandálias. Estas coisas eram reservadas para os filhos dos senhores.
O pai também deu a ele seu anel, o qual era o "cartão de crédito" da época. Com este anel, o filho podia ir à cidade e receber crédito para a compra de mercadoria. E para isto bastava pressionar o anel na argila macia. Desta forma o pai pagava as contas.
Pense nisto, mesmo após ter abusado das finanças do pai, este ainda desejava confiar no filho. Este é o retrato do que Deus faz por nós quando confessamos nossos erros e recebemos Seu perdão.
Finalmente, o pai matou o novilho cevado para a celebração do banquete. Esta era mais do que uma simples festa, mas um sinal de absoluta reconciliação a ser testemunhada por toda a comunidade presente.
Este é o meu exemplo favorito porque nos mostra o caráter de Deus para a completa restauração. E é também um exemplo de como devemos agir com relação aos outros. O pai demonstrou e tangivelmente apoiou suas palavras com ações, restaurando a posição de seu filho com vestuário, com a confiança através de "cartão de crédito" e finalmente preparando o banquete da reconciliação. Frequentemente, temos boas intenções com relação aos outros e temos até palavras nobres para dizer a eles, mas muitas vezes nossas ações falham.
Agora vejamos o que aconteceu com o filho mais velho. Começando no verso 25:
"O filho mais velho estava no campo. Quando voltou, e chegou perto de casa, ouviu música e as danças. Chamando um dos criados, perguntoulhe o que era aquilo. Ele lhe disse: Veio teu irmão, e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou, e não queria entrar. Então, saindo o pai, instava com ele. Mas ele respondeu a seu pai: Olha, sirvote há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrarme com os meus amigos. Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o bezerro cevado. Respondeulhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas". Lucas 15:25-31
O filho mais velho é o retrato de nós mesmos e de quão frequentemente falhamos em nossa capacidade de perdoar. Parece natural o fato do filho mais velho ter ficado zangado. Afinal, ele trabalhou fielmente para seu pai e agora vê o que está acontecendo. Seu irmão mais novo, o qual desperdiçou sua herança, estava sendo tratado com dignidade e celebrado com um banquete que incluía um novilho cevado.
Quando li esta passagem pela primeira vez, eu não entendi este simbolismo. Eu fiquei totalmente do lado irmão mais velho que nunca tinha sequer recebido um cabrito para banquetear com seus amigos.
Entretanto, o pai , o qual entendia o sentido se preparar uma ceia de reconciliação diante de toda vizinhança, sabia que não havia razão para "matar um novilho cevado" para seu filho mais velho. Não havia necessidade de reconciliálo com a família e a comunidade. Ele já tinha tudo. É por isso que o pai disse ao filho mais velho, "meu filho você está sempre comigo, e TUDO que eu tenho é seu".
Todavia, o filho mais velho perdeu a benção por não ter ido ao banquete. Não se falou mais nada a respeito dele e aparentemente ele saiu da festa na miséria, por não se permitir participar do momento de reunião e reconciliação com seu irmão.
Será que algumas vezes somos como o irmão mais velho? Será que nós, que temos recebido TUDO do Senhor, frequentemente relutamos ou por incapacidade nos recusamos a comparecer ao lugar de perdão e reconciliação com relação àqueles que erraram conosco?
Infelizmente , se nos comportarmos como o irmão mais velho, se continuarmos a alimentar nossa amargura e ódio, não poderemos desfrutar da plenitude da celebração de Deus, a qual sempre provê perdão e reconciliação. Aprendamos com esta lição e NÃO a imitemos.
APASCENTA MINHAS OVELHAS

Em João 21:12, encontramos o Yeshua ressurreto convidando os discípulos para um café da manhã com peixe e pão na praia do Mar da Galiléia. Pedro havia negado Yeshua três vezes em Jerusalém. Pedro estava humilhado e tinha desistido de tudo, voltando assim para seu velho trabalho de pescador na Galiléia. E lá estava Yeshua na praia, exatamente como da primeira vez que O tinha encontrado. Pedro ouve a mesma mensagem miraculosa para jogar a rede para o outro lado do barco para uma grande pescaria. Pedro pesca os peixes e depois vem a entender que aquele realmente é Yeshua. Pedro pula na água. Ele não caminha sobre as águas, desta vez ele mergulhou. Ele chega na praia e Jesus prepara peixe e pão, e eles comem juntos. Espíritos não comem peixe; corpos ressurretos sim.
Yeshua sabia que Pedro o tinha negado três vezes em Jerusalém e Seu propósito era reintegrálo através de uma refeição na praia. Pedro está comendo com Yeshua quando Ele lhe pergunta três vezes, "Pedro você me ama"? e cada vez que Pedro dizia "sim" Yeshua o instruía: "apascenta minhas ovelhas". Perguntando a Pedro três vezes se ele o amava, Yeshua estava lembrando a Pedro das três vezes que ele o negou. Ele então confirmou o chamado de Pedro para apascentar suas ovelhas. Pedro foi chamado a reconciliar ovelhas perdidas para o Reino de Deus, exatamente como Yeshua tinha feito com ele.
Há uma dupla reconciliação nesta passagem: Primeira, Pedro foi restaurado à comunhão de Yeshua, o qual ele havia negado. Segunda, Pedro é chamado a fazer a mesma coisa pelos que tinham se desviado.
"EIS QUE ESTOU À PORTA E BATO"
Em Apocalipse 3:20 encontramos Yeshua dizendo, "Eis que estou à porta, e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo".
Para os cristãos, isto nos lembra a comunhão na Páscoa, a última ceia, o pão e vinho trazido por Melquisedeque, o supremo sacerdote do Deus Altíssimo lá em Gênesis. Podemos também lembrar das bodas do Cordeiro, quando a noiva se encontrará com o noivo!
A mesa da comunhão é a mesa da reconciliação. O propósito da comunhão é nos lembrar que Yeshua fez desta forma para que pudéssemos nos apropriar deste evento, uma vez que recebemos o perdão de Deus, nos reconciliando consigo mesmo.
Sim, Yeshua, sem pecado, o Cordeiro Pascoal sem mancha nem mácula, foi crucificado e morreu por nossos pecados, para que nós cristãos, pudéssemos ter vida eterna e um relacionamento restaurado com Deus. Na Páscoa, Yeshua foi crucificado , envolto em linho branco e enterrado. Mas Ele ressurgiu ao terceiro dia, as primícias de muitos. Em Apocalipse 3:20, Ele é agora o Deus ressurreto, abrindo o caminho para que o pecador ouça Sua voz, abra a porta do seu coração, deixando - O entrar e cear.
O símbolo da mesa da reconciliação é o mesmo expressado pelas Escrituras. Todavia, agora a intenção é a reconciliação eterna. E mesmo que alcancemos tão grande salvação, é na mesa da comunhão, quando cristãos comem o pão e bebem o vinho, que a aliança é renovada em nossas vidas.
O que isto significa para mim e para você? Temporariamente, precisamos entender que alguma coisa dinâmica acontece entre as pessoas na hora da refeição, enquanto "partem o pão juntas", onde há tempo para o companheirismo, os problemas são resolvidos e os laços familiares e de amizade são fortalecidos. O que você acha que está acontecendo com os laços no nosso mundo do microondas, corrido, instantâneo, onde a refeição da família é uma arte perdida? Como poderemos manter relacionamentos fortes na correria, quase sempre agarrando o pacote do sanduíche pela janela no drive-thru ou nos restaurantes fast-food? Por favor, volte a comer com a sua família e dê tempo para comer com os amigos. Você não se arrependerá.
Espiritualmente Deus é um Deus de misericórdia e reconciliação. Ele está sempre presente, não importando o que aconteceu no nosso passado. Deus deseja a comunhão e nos tem proporcionado a reconciliação com Ele. Como cristão, mesmo que você tenha se desviado como um filho pródigo, você pode voltar e se reconciliar com Ele. É sempre o Seu desejo. No seu amor Ele nos quer trazer de volta à comunhão com Ele. Então, quando um "irmão" precisar de perdão, assim o faça de fato e verdade com ações da mesma forma que Deus nos perdoa. Reconciliese com Deus e com os outros. Faça isto hoje!